Homem que matou mulher e filhas dela em Santa Teresinha é condenado a 89 anos de prisão

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Pouco antes das 21 horas, após 12 horas de julgamento, saiu a sentença do júri popular em que foi julgado Marcelo Ferreira de Faria, 50 anos, que matou a ex-mulher e as duas filhas dela em Santa Teresinha (Bom Princípio). Os sete  jurados decidiram por unanimidade que Marcelo Ferreira de Faria era culpado em todos os quesitos.  A juíza Débora Sevik proferiu a sentença em que o réu foi condenado a 89 anos e 5 meses de prisão, praticamente a pena máxima, já que em caso de homicídio qualificado poderia pegar de 12 a 30 anos por cada uma das três mortes.

Durante o interrogatório pela manhã, Marcelo Ferreira de Faria confessou o crime. Em detalhes, admitiu que foi até o apartamento da ex-mulher para pegar suas coisas. Diante de um salão de júri lotado, no Fórum de São Sebastião do Caí, com cerca de 60 pessoas assistindo, o réu demonstrou arrependimento, afirmando ter vergonha do que fez  e que não sabia das conseqüências do ato.

A defesa, durante a manifestação, contestou o laudo de que o acusado estivesse em condição normal, lembrando que possuía histórico familiar de problema psiquiátrico, pois o pai tinha tentado o suicídio, e ele próprio teria tentado se matar após o crime cortando pulsos e abrindo o gás. A defesa também negou que o crime foi premeditado e que ele tivesse trazido a faca de São Paulo. Mesmo admitindo que o réu era culpado, a defesa tentou alegar que ele não agiu em suas condições normais.

A acusação defendeu a tese de feminicídio por motivo torpe, ou seja, por ciúme, além de meio cruel, com sofrimento e mediante traição, já que as vítimas confiavam que ele não lhes faria mal e por isso o deixaram entrar no apartamento para pegar suas coisas, mas acabou as assassinando. E os jurados aceitaram a tese da acusação.

O crime

O triplo homicídio ocorreu em 22 de março de 2016, quando Marcia Thomé de Faria, de 32 anos, e suas duas filhas, Jaíne, 15 anos, e Jeisse, de 4 anos, foram mortas a facadas no apartamento onde moravam, em Santa Teresinha (Bom Princípio). Na época, o acusado foi preso e confessou o crime, alegando ciúmes. Desde então já se encontrava preso.

Antes do início do julgamento, familiares e amigos das vítimas colocaram cartazes com fotos de mãe e filhas junto a entrada do Fórum onde ocorre o júri, pedindo por justiça. O julgamento foi presidido pela juíza Débora Sevik. Na acusação atuou a promotora Claudia Pegoraro, tendo como assistente de acusação a advogada Mara Elaine Dresch Kaspary. O réu foi defendido pelos defensores públicos Willian Foster e Roberta Barbosa, que vão recorrer da sentença.

Guilherme Baptista

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