Policial morto em Pareci Novo tinha filha de 7 meses

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Mais de cem policiais civis e militares, de várias cidades do Estado, fazem buscas em Pareci Novo aos acusados da morte do policial Leandro Oliveira Lopes, de 30 anos. Visivelmente abalados pelo assassinato do colega, os agentes estão verificando vários locais, não só no Matiel, onde ocorreu a troca de tiros, mas também em localidades próximas. Moradores são orientados a ficarem em casa e em caso de qualquer suspeita e movimentação estranha, devem entrar em contato pelos telefones 197 ou 190. As aulas em escolas de localidades próximas, como Matiel, Despique e Bananal, foram suspensas hoje.

A área junto ao sítio onde ocorreu o tiroteio é bem extensa e com um morro de mata fechada. O local, de difícil acesso, prejudica as buscas. Mesmo com dois helicópteros, drone, dezenas de policiais e viaturas, os dois criminosos ainda não foram localizados. “Um está vestido de bermuda e camiseta, nas cores verde e provavelmente azul. Podem estar com uma arma longa, enrolada em um pano. Em caso de qualquer suspeita a Polícia deve ser comunicada imediatamente”, declarou o delegado Luis Antônio Fermino Reis, que estava comandando a operação por volta das 6h30 da manhã de hoje, quando o policial Leandro foi baleado. “Estávamos num grupo de cerca de vinte policiais indo em direção a casa dos suspeitos. Eu estava na frente. Provavelmente latidos de cães os alertaram.Vi um fugindo pela parte direita da casa. Gritamos que era a Polícia e fomos recebidos a tiros. Ouvi quando alguém tinha sido ferido e socorremos”, relata o delegado Fermino, da Delegacia de Homicídios de Canoas. O policial Leandro foi levado para o Hospital Sagrada Família, de São Sebastião do Caí, mas não resistiu e acabou falecendo. Segundo o delegado, todos os policiais estavam com coletes à prova de balas. Entretanto, a bala teria perfurado o colete de Leandro.

De acordo com o delegado, um dos foragidos conhecia muito bem a região. E por ser uma área muito extensa e de mata fechada os trabalhos de busca são dificultados. Mas as buscas vão continuar. O foragido procurado, Valmir Ramos, o “Bilinha, conforme a Polícia já tem condenações por tráfico e envolvimento em homicídios. Ele atuava principalmente na região de Nova Santa Rita. Na área do tiroteio foram encontradas cápsulas de pistola 9 milímetros e a Polícia acredita que também tenha sido utilizado fuzil.

A morte do Policial causou grande consternação. “É um momento muito difícil e dolorido. Perdeu a família do Leandro, a Polícia Civil e a sociedade gaúcha. Era um profissional exemplar, um guerreiro, muito dedicado”, declarou o delegado Fermino, visivelmente emocionado, mas prosseguindo no trabalho de buscas. Leandro trabalhou por cerca de cinco anos como policial militar e um ano atrás foi chamado para começar a atuar na Polícia Civil, onde tinha passado no concurso em 2017. Atuava no setor de investigação da Delegacia de Homicídio de Canoas. Casado, deixou uma filha de apenas 7 meses.

Guilherme Baptista

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