CPI deverá apurar aplicação de recursos da Prefeitura no hospital São Pedro Canísio

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Após ser arquivado o requerimento que pedia o afastamento da diretora do Hospital São Pedro Canísio e realização de auditoria nos contratos firmados entre o município e a casa de saúde, a bancada do MDB de Bom Princípio propôs durante a sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira, dia 16, a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O líder do MDB, vereador Fábio Juwer, lamentou que o requerimento não foi aceito pela mesa diretora do legislativo, após parecer da assessoria jurídica. Mas disse que espera que todos os vereadores assinem o protocolo de abertura de CPI, para que seja apurada de forma transparente a aplicação dos recursos destinados pelo município ao hospital. Fábio diz que já tem garantidos um terço das assinaturas, o que é suficiente para a abertura da CPI, mas informou que ainda na noite de ontem a maioria dos vereadores já tinham assinado. Juwer lançou ainda um desafio, pedindo que seja acionado também o Ministério Público para apurar os fatos. A solicitação ocorre em decorrência do que foi apontado nas investigações da Operação Caritas, da Polícia Civil de Canela. A operação teve como objetivo combater a corrupção, que incluía desvio de verbas, fraudes em contratos e enriquecimento ilícito, na Prefeitura, Câmara e Hospital de Canela. A ex-primeira-dama Adriana Schvade Seibel está entre os investigados, por atuar na direção do hospital de Canela, além de em projetos de parceria público privada e num novo parque turístico. Após a operação policial, o contrato entre o hospital de Canela e o Instituto em que a advogada atuava como gestora foi rescindido. Adriana é também diretora do hospital de Bom Princípio e no município chegaram a ocorrer buscas durante a operação da Polícia Civil de Canela.

O presidente da Câmara de Bom Princípio, João Augusto Rodrigues da Silva (PTB), se manifestou sobre o arquivamento do requerimento, alegando que na análise da assessoria jurídica foi emitido parecer de que não era adequado e não se enquadraria nas formas legais previstas. “Não podemos descumprir o regimento interno”, justificou.

Outros vereadores também se manifestaram. Roberto da Silva (MDB) se disse frustrado com o arquivamento do requerimento e ressaltou a preocupação da comunidade com a situação do hospital.

Gilmar Haas (PSDB) também defendeu que sejam esclarecidos os fatos. O mesmo ressaltou Vanderlei Arnhold (MDB), pedindo mais transparência, através de informações. Na mesma linha falou Beatriz Bohn (Progressistas), em favor da transparência. Já Nestor Henz (PSDB) entende que a própria diretora deveria se desligar da função ou o hospital tomar essa medida. Letícia Chassot (MDB) ressaltou que o povo está clamando por respostas. “Não estamos acusando ninguém. Só queremos transparência, através de auditoria”, disse, lamentando que o requerimento não foi aceito.

Renato Krewer (PSDB) igualmente pediu transparência, mas disse que deve ser feita dentro da legalidade.

Conforme Fábio Juwer, nesta quarta-feira deverá ser definido junto ao jurídico da Câmara de Vereadores como será protocolada e aberta a CPI, que deverá ser a primeira na história de Bom Princípio.

 

Texto: Guilherme Schaurich Baptista

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