Dono de sítios na Bela Vista e Passo Selbach é acusado de integrar quadrilha

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A Polícia Civil, através do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), cumpriu em Bom Princípio na manhã desta terça-feira, dia 24, três mandados de busca e apreensão. Os agentes estiveram em sítios na Rua São Luiz, do bairro Bela Vista, que liga com a RS 122, e na localidade de Passo Selbach.

Conforme o delegado Alexandre Luiz Fleck, do DEIC, que coordenou a operação, os sítios são do mesmo dono, que teria ligação com a quadrilha investigada por assaltos violentos a canteiros de obras no Estado. “Eles rendiam funcionários, com graves ameaças e fazendo reféns. Utilizavam de violência. A quadrilha foi desarticulada através da Operação Mãos à Obra, que contou com 29 mandados de busca e nove ordens judiciais de prisão”, declarou o delegado, confirmando que três dos mandados de busca foram realizados em Bom Princípio.

O delegado Alexandre Fleck, que concedeu nesta tarde entrevista para o Repórter da Comunidade, diz que o morador de Bom Princípio, investigado pela Polícia, é suspeito de ser responsável pela receptação dos materiais roubados pela quadrilha. Num dos locais averiguados pelos policiais foi encontrado um container com ferramentas que podem ter sido roubados. “Algumas ferramentas foram roubadas em ataques. Estamos verificando a procedência. E o indivíduo será interrogado nesta quarta-feira em Porto Alegre”, informou, na entrevista para a Rádio Comunidade do Vale.

De acordo com o delegado, o suspeito de Bom Princípio já trabalha faz muitos anos com compra e venda de sucatas, incluindo materiais de metal como cobre e alumínio. A quadrilha é acusada de roubar principalmente fios e cabos de cobre, além de ferramentas. “Ele seria o responsável pela destinação do produto roubado”, declara. “Já tem antecedentes criminais por receptação. Tanto ele, como o irmão e um sobrinho, trabalham na mesma área e têm antecedentes por receptação”, completa.

O nome do suspeito não foi revelado porque ele é apontado como suspeito e não foi preso. “Ele reside em Bom Princípio e tem negócios em Porto Alegre”, informa apenas o delegado, citando que quando mais jovem o acusado teve outras ocorrências, como de grave ameaça com uso de arma de fogo. Hoje ele estaria com entre 40 e 50 anos de idade.

Quadrilha violenta

A operação Mãos à Obra foi realizada não só em Bom Princípio, mas também em Porto Alegre, Viamão, Imbé e Canoas. Entre os anos de 2016 e 2017 a quadrilha teria roubado aproximadamente 2 milhões de reais de empreiteiras e empresas de materiais de construção. E os materiais seriam encaminhados para uma empresa de reciclagem de Porto Alegre, onde teria a participação do morador de Bom Princípio.

Nos assaltos a quadrilha agia de forma violenta, fazendo ameaças e até obrigando as vítimas a carregar os materiais roubados para os veículos do bando. Num dos roubos chegaram a atingir uma das vítimas com uma pistola de choque elétrico. Em outro mantiveram trinta trabalhadores como reféns numa obra.

Durante a operação de ontem, coordenada pela Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto de Cargas do DEIC, foram presas nove pessoas e apreendidas armas, fios e ferramentas. De acordo com o delegado, as investigações já ocorrem desde maio deste ano e a suspeita é de que a quadrilha já vinha agindo há pelo menos dois anos.  E seria ligada a uma facção criminosa (Bala na Cara). Estima-se que a quadrilha seja responsável por pelo menos treze roubos identificados.  A quadrilha era bem estruturada, contando com caminhões, depósitos e empresas. Os líderes enriqueceram rapidamente, inclusive ostentando carros de luxo e realizando viagens.  O líder da organização é apontado como sendo o proprietário de uma das empresas de reciclagem que vendia o material roubado. Eberson Fogaça dos Santos, de 23 anos, foi preso ontem em Porto Alegre.

Guilherme Baptista

Crédito da Foto: Polícia Civil

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