Polícia pede DNA para confirmar se corpo encontrado no Caí é o do desaparecido em Novo Hamburgo
A Polícia Civil pediu a realização de exame de DNA para saber se o corpo encontrado parcialmente enterrado, no final da tarde da última sexta-feira, dia 13, no interior de São Sebastião do Caí, é o do morador de Estância Velha que desapareceu em Novo Hamburgo. Conforme o delegado Marcio Niederauer, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ainda não há como dizer que se trata da mesma pessoa. “Pediremos confronto de DNA”, afirma. A delegada Cleusa Spinato, da Delegacia do Caí, também diz que não tem como confirmar nada ainda, já que aguarda os laudos do Instituto Geral de Períciais (IGP) e do Instituto Médico Legal (IML), além do trabalho de investigação.
João Victor Friedrich de Oliveira, de 31 anos, está desaparecido desde sexta-feira retrasada, 6 de março. Sócio de uma empresa de consórcios de imóveis, ele estaria no apartamento da namorada, de 16 anos, no centro de Novo Hamburgo, onde teria sido baleado e imagens gravadas por uma câmera mostraram o corpo sendo colocado dentro do porta-malas de uma caminhonete Mercedes Benz.
Dentro do apartamento, além de sangue, foram encontrados 2,2 milhões em euros e reais, armas, drogas, 28 celulares e placas oficiais da Câmara dos Deputados. A Mercedes foi encontrada queimada, dois dias depois, no interior do município de Portão. Era roubada e tinha as placas clonadas. A namorada do desaparecido e sua mãe, de 35 anos, foram detidas. Um dos principais suspeitos de envolvimento no caso chegou a ser preso, mas fugiu da Delegacia de Novo Hamburgo. Sandro da Silva Miotti, 43 anos, é pai da namorada do desaparecido.
Indícios são fortes
Alguns indícios levam a Polícia a suspeitar que o corpo encontrado no Caí seja mesmo do caso de grande repercussão no Vale do Sinos. Um agricultor estava pastoreando vacas no Morro Schneider quando visualizou urubus sobrevoando o local e ao verificar se deparou com o corpo parcialmente enterrado, somente com joelhos e rosto para o lado de fora. A Brigada Militar isolou o local e foram acionadas a Polícia e a perícia. Em razão do estado do corpo não era possível a identificação. A vítima estava só de cueca e tênis, sobre um casaco cinza e enrolado num lençol, que pode ser o mesmo visto em imagens junto ao prédio onde teria ocorrido o homicídio.
Alguns veículos, inclusive de modelo Toyota Corolla teriam sido vistos por moradores próximos da chácara, na última semana, modelo igual ao que teria sido usado por um dos acusados e que foi apreendido. A propriedade fica próxima da divisa com Portão, município onde foi incendiado e abandonado o Mercedes Benz em que teria sido transportado o corpo no porta-malas. Por enquanto o único registro é de encontro de cadáver, ainda sem identificação, em boletim de ocorrência feito na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Montenegro. Mas as investigações devem avançar nesta semana.
Guilherme Baptista